Começamos o nosso roteiro histórico pela Covilhã na Praça do Município. A estátua de Pêro da Covilhã, nascido na cidade e que teve um papel importante nos Descobrimentos. Diplomata e explorador português foi uma das figuras mais decisivas para a presença portuguesa no mundo. Hábil político, foi o primeiro grande explorador europeu das costas da Índia e África Oriental dando precisas indicações para a preparação da viagem de Vasco da Gama. Do outro lado da praça aguarda-nos a estátua de D. Luís I, que em 1870 elevou a Covilhã a cidade.
Logo atrás temos a Igreja da Misericórdia, imóvel de Interesse Público. Foi construída em finais do séc. XVI e possui características maneiristas e barrocas. A sua posição central e perto da Praça do Município não deixa ninguém indiferente, merecendo uma visita atenta e obrigatória. Aproveite para passar no Posto de Turismo.
O nosso roteiro histórico leva-nos agora pela zona da Antiga Judiaria. As ruas estreitas e sinuosas acompanham o elevado declive da encosta adaptando-se ao terreno e assumindo o carácter natural de muros. As casas seguem a tipologia medieval, com 2 a 3 pisos, sendo o piso térreo destinado a loja e os superiores a habitação. Não podemos deixa de admirar a Janela Manuelina ainda existente e em fantástico estado de conservação.
Chegamos à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, pertencente ao desaparecido Convento de São Francisco construído no séc. XVI, mantém o portal de origem em estilo gótico final. No séc. XIX aquando da extinção do convento, o espaço foi convertido em fábrica de lanifícios, mantendo-se, no entanto, a igreja aberta ao culto.
Um pouco mais à frente temos o Museu de Arte Sacra, inaugurado em 2011. Situa-se na antiga residência de D. Maria José de Alçada, projetada e desenvolvida pelo Arq. Raul Lino em 1921. Este edifício foi doado à autarquia por testamento, convertendo-o em espaço museológico. Como curiosidade, este edifício foi construído numa área que estava destinada a um bairro operário.
O Palacete Jardim surge-nos imponente. É um dos edifícios mais emblemáticos da Covilhã. A sua construção surgiu pela encomenda da família de José Maria Bouhon, originária da Bélgica e que fixou residência na Covilhã, nos finais do séc. XIX. Projetada entre 1915 e 1920, aqui viveu a mencionada família, tendo o edifício posteriormente acolhido o Tribunal do Trabalho e a Delegação do INATEL. Atualmente encontra-se desabitado. Mais um projeto na cidade da responsabilidade do Arq. Ernesto Korrodi, o edifício encontra-se revestido de azulejo, com motivos vegetalistas, geométrico e contempla um jardim envolvente.
À sua frente fica, a não menos emblemática Fonte das Três Bicas. Construída em 1855 a mando da autarquia, encontrava-se na Praça do Município até à década de 40, quando foi desmontada e transladada para este local já no decorrer da década de 50. Embora vítima de modernização, ainda ostenta a sua imponente cantaria de granito e as típicas três bicas, ao melhor estilo neoclássico.
Atrás do edifício do Município da Covilhã temos o monumento da Janela Manuelina (Memorial da Casa da Hera) – A Casa da Hera foi construída em 1497 e hospedou D. Luís aquando das suas visitas à Covilhã.
Um pouco mais acima podemos encontrar a Casa dos Magistrados – Casa de arquitetura pombalina construída na segunda metade do século XVIII, com o propósito de albergar os Juízes de fora, designados por Ministros Territoriais.
Ao seu lado, em plena via existem várias sepulturas antropomórficas. São difíceis de datação, mas não contrariam uma ocupação provável do séc. XII.
Ao lado temos a Igreja de Santa Maria Maior, edificada no séc. XIII / XIV. Está localizada no ponto de interceção de importantes artérias do centro histórico. A atual Igreja de Santa Maria é um dos principais marcos da fé Mariana na cidade. Foi (re)edificada de 1872 a 1876, no local do primitivo templo. A sua frontaria foi revestida com painéis de azulejo já na década de 40 do séc. XX, sendo hoje a sua ‘imagem de marca” e de visitação obrigatória.
A nossa viagem prossegue agora para a zona do Relógio de Sol / Antigas Muralhas, local de um miradouro fantástico sobre toda a Cova da Beira com a Serra da Gardunha espreitando ao fundo. As muralhas foram mandadas construir por D. Sancho I. O terramoto de 1755 causou estragos de vulto, fazendo cair a torre maior. Nos dias de hoje apenas existem pequenas extensões das muralhas primitivas, que pontuam pela parte mais antiga da cidade.
Terminamos o nosso roteiro com a visita ao Museu de Lanifícios (Real Fábrica de Panos), que tem por missão a salvaguarda do património associado a uma das mais antigas indústrias humanas. O edifício do museu foi outrora a Real Fábrica de Panos que nasceu em 26 de Junho de 1764, inserindo-se no projeto de industrialização do reino, liderado pelo Marquês de Pombal.
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Depois desta viagem pela Covilhã, chegou a vossa vez de conhecer mais por dentro os seus segredos e histórias seculares. Os nossos guias locais e qualificados, vão levá-los pelas ruas e ruelas da cidade de montanha, para desvendar a sua imensa história e gentes, as suas tradições peculiares e os costumes que ainda hoje se manifestam.